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domingo, 11 de março de 2012

INCLUSÃO!

 Bom dia meu povo! O belo discurso da inclusão da pessoa com deficiência tem estado cada vez mais afiado, com isso não estou querendo dizer que não tem tido avanços, se afirmasse,  estaria cometendo injustiça, todavia, são avanços mínimos para aquilo  que não é favor, e sim direito. Na Constituíção Federal de 1988 no seu artigo 208 temos:
 III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
           Trouxe o assunto a tona, primeiro porque me inquieto com isso, como tantas outras coisa nesse país, depois porque tenho tido a honra de trabalhar com um jovem de 24 anos, funcionário público do último concurso, que é portador de deficiência visual e que está conosco  porque a escola a qual estava localizado não estava preparada para trabalhar com um deficiente. (patético!)  Conversamos muito, e na última quarta feira ele me chamou e pediu que lê-se o texto que havia escrito, li, conversamos sobre o assunto e perguntei se poderia colocá-lo no meu blog, o mesmo autorizou e penso que enquanto cidadãos precisamos está atentos  para todas as atitudes do Estado e o seu rítmo capenga na execução da legislação.
 O texto está na íntegra:

Olá, Rita! Realmente, dada a minha condição visual, alguns
trabalhos realizados pela tutora são, de um modo, não aproveitados em
sua plenitude por mim. Entretanto, dado ao adiantar do curso, não
considero mais necessária a presença de uma pessoa para me auxiliar.
Em verdade, nunca considerei.  Desta forma não estaríamos solucionando
o problema, mas tão somente pondo panos frios na fogueira. Uma pessoa
como eu, deficiente visual, não precisa,necessariamente, de ter
uma”sombra” dizendo o que estar acontecendo ao seu redor, mas, sim, de
condições suficientemente adaptáveis. Livros e apostilas acessíveis,
por exemplo, seria um bom começo.
    Na escola, no trabalho, na faculdade, enfim, nunca foi preciso ter
alguém ao meu lado me ajudando. Não quero, obviamente, dizer com isto
que tal condição seria de todo inútil. Entretanto, teria que haver de
mim, mais uma vez, todo um processo de adaptação que, deveras, não
seria conveniente para mim nem para tal ajudante.
    Segundo o novo critério da ONU, a deficiência está na sociedade que
não oferece condições adaptativas para a pessoa portadora de tal
deficiência. Lamento que, se na condição de estudante de um curso
profissionalizante fornecido pelo Estado, uma pessoa portadora de
deficiência enfrenta todo este conjunto de dificuldades, é de se
imaginar a deplorável condição de um aluno deficiente estudante da
rede pública de ensino. Para alguns, finge-se que se ensinam, os alunos
fingem que aprendem e todos fingem que tudo está bem. Porém, entendo
que nenhum de nós tem tempo de acreditar nestas utopias. Temos, pois,
um Estado deficiente.

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