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domingo, 7 de agosto de 2011

PRECISAMOS MUDAR!


             Charge é um tipo especial de cartum (maneira de emitir opinião sobre os acontecimentos do dia-a-dia). Tem por objetivo a crítica humorística de um fato político. Por isso, para poder compreender a charge, é necessário conhecer o assunto a que ele se refere. As características físicas das pessoas representadas são quase sempre exageradas para despertar o humor. Chargistas e caricaturistas influenciaram na história e na luta pela liberdade de expressão, no Brasil, e participaram ativamente na luta contra a ditadura e, muitos deles, até
hoje, retratam a política do país. Hoje, as charges estão presentes nos principais diários, ilustrando jornais e revistas, fazendo sátiras sociais revestidas de cunho político, irreverência e bom humor. Mas nem sempre foi assim. A história das ilustrações no Brasil se confunde com a história da luta pela liberdade de expressão. Com instalação da censura prévia aos meios de comunicação, no regime militar nas décadas de 60 e 70, surgiu à chamada imprensa alternativa, trazendo referências como a revista Pif Paf lançada por Millôr Fernandes, e o Jornal O Pasquim que foi o celeiro dos melhores chargistas e ilustradores do Brasil, na busca pela liberdade de expressão. Mesmo sobre forte censura, nada escapava aos traços de chargistas como Jaguar, Ivan Lessa, Ziraldo, Millôr e Henfil, que como forma de resistência  retratavam a realidade da época, dando voz ao povo através de seus trabalhos também cobrando mais participações. Após a abertura, passado o clima de guerrilha, surgiram outros nomes como Angeli, Glauco, Laerte e os irmãos Caruso , que apostavam na crítica pró-democracia, retratando uma nova sociedade que começava a se formar. Então as charges voltaram-se para os tipos urbanos, apostando na contra-cultura, um estilo que permanece até os dias de hoje. Assim as charges tiveram papel fundamental na luta contra a repressão, e ainda hoje atuam na sociedade de forma participativa nas questões políticas e sociais, desenvolvendo o questionamento e a crítica com muito humor. Mas as charges além de privilegiar o humor e a sátira política, abordam temas atuais, mostram as preocupações do país e do mundo oferecendo ao leitor elementos de fácil  identificação e reconhecimento, cumprindo seu papel social garantindo algum espaço a opinião e a liberdade de expressão. O cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, mais conhecido como Jaguar, foi um dos fundadores do jornal mais influente na oposição ao regime militar, batizado por ele de O Pasquim. Junto com Ivan Lessa, Jaguar publicava suas tiras com ratinho Sig , dando uma injeção de humor nas situações cotidianas absurdas, ironizando os chavões, criando frases de efeito em tiras hilárias, que mais tarde foram imortalizadas com publicação da série “Lugares in-comuns”.

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