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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

DIÁLOGO

Boa tarde meus queridos! Para começar a semana vamos pensar mais um pouco sobre a forma de dizer as coisas? isso faz uma diferenças......




Estória dos dois videntes

Pressentindo que seu país em breve iria mergulhar numa guerra civil, o sultão chamou um dos seus melhores videntes, e perguntou-lhe quanto tempo ainda lhe restava de vida.
- Meu adorado mestre, o senhor viverá o bastante para ver todos os seus filhos mortos.
Num acesso de fúria, o sultão mandou imediatamente enforcar aquele que proferira palavras tão aterradoras. Então, a guerra civil era realmente uma ameaça!
Desesperado, chamou um segundo vidente.
- Quanto tempo viverei? – perguntou, procurando saber se ainda seria capaz de controlar uma situação potencialmente explosiva.
- Senhor, Deus lhe concedeu uma vida tão longa, que ultrapassará a geração dos seus filhos, e chegará a geração dos seus netos.
Agradecido, o sultão mandou recompensá-lo com ouro e prata.
Ao sair do palácio, um conselheiro comentou com o vidente:
- Você disse a mesma coisa que o adivinho anterior. Entretanto, o primeiro foi executado, e você recebeu recompensas. Por que?
- Porque o segredo não está no que você diz, mas na maneira como diz. Sempre que precisar disparar a flecha da verdade, não esqueça de antes molhar sua ponta num vaso de mel.

FONTE: Contos Universais

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

FERNANDO SABINO

Boa tarde meus queridos! Estava por uns dias sem inspiração de pesquisa,  talvez um pouco de desencanto, cansaço..... sei lá! mas resolvi voltar a minha garimpagem e encontro essa linda crônica  de Fernando Sabino e leio  exatamente num momento em que meus típanos estão a ponto de explodir com tanta asneira que está escutando.  Então, para todos nós esse lindo sorriso:



A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.

Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.

São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.

Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso."

FERNANDO SABINO

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

FERNANDO PESSOA

Boa noite meus queridos! hoje encontrei uma daquelas pessoas que nos instiga a parar, pensar, sentir, sonhar..... uma prosa maravilhosa! embora dentro do ambiente de trabalho, onde todos corriam pra lá e pra cá,  e lá estávamos nós a saborear aquele encontro recheado de muito prazer   e sabe o que sobrou? uma necessidade incrível de dialogar  com meu querido Fernando Pessoa:

NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.


Fernado Pessoa

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

GUEIXAS

Bom dia meus queridos! sempre tive curiosidade de saber um pouco mais sobre as GUEIXAS, aproveitei o feriado e nas minhas garimpagens encontrei esse texto, que não é enfadonho e traz relevantes informações sobre essas exóticas mulheres:




O universo das gueixas é repleto de mistério e fascínio. No começo do chamado Renascimento Japonês, quando as diferentes províncias que compunham o país foram unificadas, criou-se um ambiente de refinamento cultural em que artes como o Ikebana e a Cerimônia do Chá se consolidaram e o entretenimento se sofisticou. Sensualidade e exotismo são conceitos parceiros há muito tempo. No Oriente, são sintetizados pela figura das gueixas, japonesas que estudam a tradição milenar da arte da sedução, dança, canto, origami e poesia. No mundo todo, elas despertam atração com sua delicadeza e se transformam, muitas vezes, em fantasia sexual.
Uma gueixa é uma mulher treinada nas artes da música, da dança e do entretenimento. Gueixa em japonês (Geisha) significa "pessoa que vive das artes". Ela passa anos aprendendo a tocar diversos instrumentos musicais, dançar e ser a anfitriã perfeita e confidente de seus hóspedes. A maquiagem, o cabelo, o vestuário e os modos de uma gueixa são calculados para satisfazer a fantasia masculina da perfeição feminina: elas fazem com que os homens se sintam atraentes e importantes, e eles pagam muito caro para ter uma gueixa atendendo a todos os seus caprichos.
Muitos ocidentais confundem gueixas com prostitutas de luxo. Quem entende a complexidade da cultura japonesa explica que uma gueixa não é uma prostituta. Uma verdadeira gueixa é bem sucedida porque reflete a idéia de uma perfeição inatingível. Quando os homens contratam gueixas para animar uma festa, o assunto sexo normalmente não está relacionado. A gueixa entretém por intermédio do canto, música, dança, relato de histórias, atenção e flerte. Ela pode conversar sobre política com a mesma desenvoltura com que explica as regras de um jogo. Em uma época em que as esposas japonesas eram excluídas da vida pública, as gueixas eram as mulheres que podiam exercer o papel de anfitriã em uma reunião de negócios.

Também é falsa a idéia, bastante comum no mundo ocidental, de que elas são um estereótipo da mulher submissa, cujo objetivo na vida é satisfazer um homem. Na verdade, as gueixas têm existência muito independente e participam ativamente da vida social, sendo responsáveis por suas carreiras e sem terem as preocupações familiares das mulheres comuns. Uma menina se torna aprendiz de gueixa (maiko) na adolescência, após estudar as artes tradicionais japonesas. Todo esse treinamento é feito em casas chamadas oki-ya, nas quais o acesso é extremamente restrito para pessoas que não fazem parte desse mundo reservado e encantador das gueixas.
O treinamento para ser uma gueixa leva o mesmo tempo que para ser uma médica. Normalmente, uma jovem passa anos estudando as artes da música e da dança, a preparação da cerimônia do chá, o domínio de diversas línguas e como ser uma anfitriã perfeita. Uma gueixa pode ser especialista em apenas uma formação artística, como canto ou dança, mas precisa ter proficiência em todas elas. Uma jovem passa anos estudando não apenas para se tornar uma artista, mas também para conduzir sua vida e a dos que a rodeiam com graça e fascínio. Aprende a maneira correta de falar, andar com um longo kimono sem tropeçar nele e a servir saquê sem molhar a manga de seu traje. Em um grupo, ela aprende a quem deve cumprimentar primeiro e como prestar reverência ao cumprimentar cada pessoa. Desenvolve a habilidade de flertar com homens tímidos, arrogantes ou desinteressantes com a mesma desenvoltura.
Poucas mulheres aspiram à vida de gueixa no século XXI. A população de gueixas verdadeiras no Japão caiu desde o início do século XX. Na década de 20, havia 80 mil gueixas registradas. Durante a Segunda Guerra Mundial, as pessoas não tinham dinheiro para festas de gueixas e elas acabaram. Em 1970, havia 17 mil gueixas no Japão e hoje há menos de mil. A maioria das gueixas de hoje escolheram a profissão devido a sua natureza romântica e artística. Mesmo quem consegue o status de gueixa pode desenvolver a atividade por alguns anos até entrar na universidade ou casar. As gueixas de hoje são mulheres modernas cuja carreira envolve recriar o passado com arte.


Fonte: Escola do Feminino

domingo, 11 de novembro de 2012

VIDRAÇAS

Olá meus queridos! Um domingo de alegrias para todos nós! que tal começarmos o dia nesse nível, pensando sobre nossas vidraças? 

Um casal, recém casados, mudou-se para um bairro muito tranquilo.
Na primeira manhã que passavam na casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou através da janela em uma vizinha que pendurava lençóis no varal e comentou com o marido:
- Que lençóis sujos ela está pendurando no varal!
Provavelmente está precisando de um sabão novo. Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
O marido observou calado.
Alguns dias depois, novamente, durante o café da manhã, a vizinha pendurava lençóis no varal e a mulher comentou com o marido:
- Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal.
Passado um mês a mulher se surpreendeu ao ver os lençóis brancos, alvissimamente brancos, sendo estendidos, e empolgada foi dizer ao marido:
- Veja ! Ela aprendeu a lavar as roupas, será que a outra vizinha ensinou? Porque não fui eu que a ensinei.
O marido calmamente respondeu:
- Não, é que hoje eu levantei mais cedo e lavei os vidros da nossa janela!

Fonte: Palavras Rabiscadas

domingo, 4 de novembro de 2012

ABRINDO O BAÚ

Bom dia meus queridos seguidores! Abri o baú e me reencontrei  com Florbela. Fagner e Zeca Baleiro percebendo meu desejo de rever coisas boas que alimentam m'alma, nem pediram licença e já vieram cantar para nós, eita! devaniei agora, se não nos permitisse, estávamos ferrados com a realidade....




sexta-feira, 2 de novembro de 2012

ESCOLHAS

Boa noite meus queridos seguidores! vamos dormir refletindo sobre o medo do desconhecido e sua capacidade de nos paralizar...
Abrindo a Porta


Numa terra em guerra, havia um rei que causava espanto.
Cada vez que fazia prisioneiros, não os matava, levava-os a uma sala, que tinha um grupo de arqueiros em um canto e uma imensa porta de ferro do outro, na qual haviam gravadas figuras de caveiras.
Nesta sala ele os fazia ficar em círculo, e então dizia:
- Vocês podem escolher morrer flechados por meus arqueiros, ou passarem por aquela porta e por mim lá serem trancados.
Todos os que por ali passaram, escolhiam serem mortos pelos arqueiros.
Ao término da guerra, um soldado que por muito tempo servira o rei, disse-lhe:
Senhor, posso lhe fazer uma pergunta?
- Diga, soldado.
- O que havia por trás da assustadora porta?
- Vá e veja.
O soldado então a abre vagarosamente, e percebe que a medida que o faz, raios de sol vão adentrando e clareando o ambiente, até que totalmente aberta, nota que a porta levava a um caminho que sairia rumo a liberdade.
O soldado admirado apenas olha seu rei que diz:
Eu dava a eles a escolha, mas preferiram morrer a arriscar abrir esta porta.
Quantas portas deixamos de abrir pelo medo de arriscar ?
Quantas vezes perdemos a liberdade, apenas por sentirmos medo de abrir a porta de nossos sonhos?

Fonte: Contos Universais

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

GARCIA MARQUEZ

Bom dia meus queridos seguidores! Estava fazendo uma arrumação nas minhas coisas logo cedo e eis que um pedacinho de papel insistiu em ficar fora daqueles que  eu selecionei para  jogar no lixo, respeitando sua insistência, resolvi  abrir e ler  e eis que me  surge essa pérola de pensamento do grande Garcia Marquez. Ainda era muito cedo,  li e reli várias vezes,  abri a  janela do meu quarto e tudo estava no mesmo lugar, e as coisas aconteciam como acontecem rotineiramente: O homem veio pegar o seu carro, o coqueiro balançava suas folhas com o trabalho do vento, o passarinho pousou na janela e cantou, um outro morador saiu para caminhar, a imagem  do morro que vejo todas as manhãs continuava a  mesma.... e eu? eu é que estava diferente......


"É NECESSÁRIO ABRIR OS OLHOS E PERCEBER QUE AS COISAS BOAS ESTÃO DENTRO DE NÓS, ONDE OS SENTIMENTOS NÃO PRECISAM DE MOTIVOS, NEM OS DESEJOS DE RAZÃO, O IMPORTANTE É APROVEITAR O MOMENTO E APRENDER SUA DURAÇÃO, POIS A VIDA ESTÁ NOS OLHOS DE QUEM VER."