Fui à cabeleireira e por ter algumas pessoas tive que esperar um pouco, como estou sempre muito atenta, observei que havia lá no canto, bem caladinha uma criança dos seus três anos de idade, de repente o menino sai do seu lugar, vai perto da mãe que está escovando os cabelos e a manicure lhe pergunta: fulaninho, você ta gostando da escola? E ela com a voz ainda se firmando respondeu que sim, mas que tinha um menino lá muito chato. Por quê? Perguntou a manicure - ele pega meus
brinquedos! A cabeleireira muito empolgada entrou no diálogo e orientou a criança: quando ele pegar seus brinquedos dê nele, empurre-o, meta pancada nele, a manicure gritou de lá: enfie o lápis no olho dele! Fiquei estagnada por alguns instantes, mas tive que fazer minhas intervenções, a criança olhava para mim, olhava para a cabeleira, olhava para manicure, desprotegida e confusa, a mãe nada disse, só riu e levantou-se com o cabelo muito arrumado, pagou, segurou na mão da criança e se foi. Por todo o restante do dia fiquei com aquela cena em minha cabeça e lembrei-me dos jovens que queimaram o índio, dos jovens que saem por aí embriagados em uma direção atropelando e matando inocentes, do casal Nardone e de tantos outros jovens que fazem parte da barbárie registrada no cotidiano das manchetes. CIDA RIBEIRO
"A CULTURA FORMA SÁBIOS; A EDUCAÇÃO, HOMENS.”
Louis Bonald
Nenhum comentário:
Postar um comentário