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domingo, 12 de fevereiro de 2012

DIÁLOGO


       DIÁLOGO


Temo o que as palavras possam me dizer,
Elas caminham no meu corpo, acariciam meus eus,
E num segundo de desatenção,
Fogem do percurso que se comprometeram fazer
E saem sem rumo.
E sem pedir licença
Desnudam-me
E revelam o mais íntimo de mim.
Tenho a sensação que sou
Refém das palavras,
Com elas
Minhas emoções percorrem
Caminhos proíbidos,
Mas nesse real diálogo
Eu, meu corpo e as palavras
Eis que me descubro,
Sinto-me mais inteira,
Mais presente em mim.
Bobas essas palavras!
De tão livres, são “insanas”
E nem percebem que me mostram
E me libertam da extrema razão.


                                                                         Cida Ribeiro

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