Bom dia meus queridos (as)! vamos começar com essa real cronica do nosso querido Arnaldo Jabor, inclusive ela me faz lembrar de um livro que li de Zygmunt Bauman "AMOR LÍQUIDO", acabei dando uma dica. Abraço carinhoso!
Todo Mundo
Arnaldo Jabor
Na hora de cantar todo mundo enche o
peito nas boates, nos bares, levanta
os braços, sorri e dispara: ´eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e
todo mundo é meu também´.
No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos
descompromissados, os adeptos da geração ´tribalista´ se dirigem aos
consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e
reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e
rejeição.
A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.
Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar
de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso
comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso,
como:
não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está
namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se
importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.
Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia
chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto
abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade,
carinho e amor.
Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser
cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa
companhia
para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer
e
receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas,
enfim, é ter ´alguém para amar´.. Somos livres para optarmos! E ser
livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser
autêntico e se permitir viver um sentimento...
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