Bom dia meus queridos (as)! Um sábado de esperanças, de alegrias, e de movimentos diferentes....
Vou registrando minhas experiências
dessa Travessia, quem sabe de uma forma ou de outra eu venha contribuir para
maiores reflexões em torno da vida e do que fazemos dela.
Sábado passado fui a Recife, atrás
de uma cabeleireira pioneira em perucas. Um salão situado em um bairro nobre da
Capital. Logo cedo quando acordei com
essa finalidade fiquei refletindo da caixinha de surpresa era a vida, estava eu
ali me arrumando para ir a Recife comprar uma peruca para me sentir melhor,
mais bela... (quem disser que essa questão do processo de depenação não mexe
com a vaidade feminina, está negando uma grande verdade!), mas, lá vou eu fazer
meu movimento próprio para me sentir melhor e é isso que tenho feito. Chegando,
a senhora muito simpática me recebeu reservadamente, conversamos um pouco e
entre uma e outra peruca conversávamos sobre a doença e a senhora disse que há
uns 25 anos ela e sua equipe fazia as perucas para as mulheres mudarem de visual,
como adereços.... Mas de 25 anos para cá, todas que me procuram é para
trabalhar a autoestima e contou que quando começou a ser procurada para esse
fim se chocava muito e queria desistir, pois tinha a sensação de está lucrando
em cima da dor das pessoas e conversando com um senhor que veio de Campina
Grande para ela fazer sua peruca, ela conversou com ele que estava pensando em
desistir, pois às vezes ficava sem dormir, o senhor olhou para ela e disse:-
faça isso não, a senhora imagina o quanto tem ajudado as pessoas a saírem daqui
de alma nova, cheias de esperanças, e foi essa simples conversa que a fez continuar
trabalhando e nos oportunizando a nos sentir melhor.
Entre uma conversa e outra, experimentando
uma e outra peruca, olhei para trás e vi muitas, muitas perucas de diversos tamanhos,
cores, modelos, só que em outra vitrine, quando me dirigi para pegar, a senhora
falou que já tinha donas, estavam
lavadas, escovadas, pintadas... e mais tarde as mulheres vem pegar e é assim a rotina:
algumas mulheres muito elegantes chegam com suas perucas pela manhã, deixam lá
para o trato de final de semana e à tarde vem buscar. Fiquei ali em silêncio, as
palavras não conseguiam sair, era tudo tão estranho! E pensei sobre nossa
vulnerabilidade diante da vida e como todos, independente de cor, sexo, classe
social, crença estão tão vulneráveis.... e os carrões continuavam chegando e as
madames tiravam suas perucas para mais um trato de final de semana. Eis a vida!
Eis os seus mistérios!
Mas, no meu retorno, após ter comprado uma linda peruca para o meu novo visual, lembrei dessa bela história:
"Uma ostra que não foi ferida não
produz pérolas."
Na parte interna da concha é
encontrada uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia a
penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com
camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra. Como
resultado, uma linda pérola vai se formando.
Uma ostra que não foi ferida, de modo
algum produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.
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