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sábado, 11 de maio de 2013

NOSSA VULNERABILIDADE DE CADA DIA...

Bom dia meus queridos (as)! Um sábado de esperanças, de alegrias, e de movimentos diferentes....








            Vou registrando minhas experiências dessa Travessia, quem sabe de uma forma ou de outra eu venha contribuir para maiores reflexões em torno da vida e do que fazemos dela.
            Sábado passado fui a Recife, atrás de uma cabeleireira pioneira em perucas. Um salão situado em um bairro nobre da Capital.  Logo cedo quando acordei com essa finalidade fiquei refletindo da caixinha de surpresa era a vida, estava eu ali me arrumando para ir a Recife comprar uma peruca para me sentir melhor, mais bela... (quem disser que essa questão do processo de depenação não mexe com a vaidade feminina, está negando uma grande verdade!), mas, lá vou eu fazer meu movimento próprio para me sentir melhor e é isso que tenho feito. Chegando, a senhora muito simpática me recebeu reservadamente, conversamos um pouco e entre uma e outra peruca conversávamos sobre a doença e a senhora disse que há uns 25 anos ela e sua   equipe fazia as  perucas para as mulheres mudarem de visual, como adereços.... Mas de 25 anos para cá, todas que me procuram é para trabalhar a autoestima e contou que quando começou a ser procurada para esse fim se chocava muito e queria desistir, pois tinha a sensação de está lucrando em cima da dor das pessoas e conversando com um senhor que veio de Campina Grande para ela fazer sua peruca, ela conversou com ele que estava pensando em desistir, pois às vezes ficava sem dormir, o senhor olhou para ela e disse:- faça isso não, a senhora imagina o quanto tem ajudado as pessoas a saírem daqui de alma nova, cheias de esperanças, e foi essa simples conversa que a fez continuar trabalhando e nos oportunizando a nos sentir melhor.
            Entre uma conversa e outra, experimentando uma e outra peruca, olhei para trás e vi muitas, muitas perucas de diversos tamanhos, cores, modelos, só que em outra vitrine, quando me dirigi para pegar, a senhora falou que já tinha  donas, estavam lavadas, escovadas, pintadas... e mais tarde as mulheres vem pegar e é assim a rotina: algumas mulheres muito elegantes chegam com suas perucas pela manhã, deixam lá para o trato de final de semana e à tarde vem buscar. Fiquei ali em silêncio, as palavras não conseguiam sair, era tudo tão estranho! E pensei sobre nossa vulnerabilidade diante da vida e como todos, independente de cor, sexo, classe social, crença estão tão vulneráveis.... e os carrões continuavam chegando e as madames tiravam suas perucas para mais um trato de final de semana. Eis a vida! Eis os seus mistérios!

             Mas, no meu retorno, após ter comprado uma linda peruca para o meu novo visual, lembrei dessa bela história:

 

"Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas."

Pérolas são produtos da dor; resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou grão de areia.
Na parte interna da concha é encontrada uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia a penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas, para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, uma linda pérola vai se formando.
Uma ostra que não foi ferida, de modo algum produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.


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