Nessas minhas
constantes andanças pelos consultórios médicos e laboratórios da vida, tenho tido a oportunidade de ver alguns
cenários que me deixam no mínimo em silêncio, como nesse momento que escrevo,
sem palavras para expressar, mas há outros cenários que me deixa encantada, é a própria poesia digamos, o lado mais belo da vida que é
movimento do próprio homem e seu desejo de viver..
Na última sexta feira estive no
Centro de Radioterapia para uma consulta e como não é nada raro neste país,
esperei das 13h00min às 18h40min para ser atendida, aproveitei essa eterna
espera para observar a vida, as pessoas, um passarinho que pousou discretamente,
beliscou algo sem nenhum estardalhaço e bateu suas belas asas e sutilmente voou.
De repente meus olhos são convidados a se fixar em algumas cadeiras de rodas
que entram e saem daquele ambiente, e o que percebo são senhoras e senhores dos
seus 75 anos acima, vindo de outros municípios (claro, só existe uma máquina de
radioterapia para atender a todas as cidades da região, “Isto aqui ô ô é um
pouquinho de Brasil iá, ia”), debilitados, sem condições se quer de ficarem em pé
e ali, todos os dias fazendo o tratamento de radioterapia. E fiquei pensando
que a vida é de fato fantástica, porque pessoas já tão cansadas, com uma
trajetória tão sofrida (bem expressa no rosto), já bem idosas, mas insistindo,
persistindo, e tentando resistir para viver e lembrei da música do nosso
querido Gonzaguinha: “É A VIDA, É BONITA E É BONITA” e pensei também em alguns
de nós, que escravos de um eterno sentimento de insatisfação não conseguimos vislumbrar o fantástico
espetáculo que é a vida e suas inúmeras oportunidades e convites para sermos
mais felizes.
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