Não sei o motivo, mas certamente
deve ter vários escondidos, mas hoje acordei pensando em escravidão. Usamos
costumeiramente esse termo para falarmos algo que está ligado ao poder Político
e Econômico, as relações de patrão e empregado, a própria história da
escravidão, mas a escravidão que hoje estou refletindo e muito fortemente, é esse
aprisionamento de nós mesmos, somos escravos dos nossos sentimentos, dos nossos
medos, das nossas relações, dos nossos sonhos e projetos. Penso que poderíamos
ter total liberdade de expressão, vivermos num país totalmente livre, mas essa nossa
dependência do outro, da aprovação do outro, da companhia do outro, nos impede
de ser livres. São amarras e amordaças invisíveis aos olhos externos, mas, maltrata,
escraviza e fragiliza principalmente quem não quer ou tem medo de ver, porque
ver é um chamado a uma tomada de atitude e muitas vezes essa escravidão que não
queremos ver como tal nos deixa bem acomodadinhos na nossa zona de “conforto”,
será mesmo conforto? Ou essas insatisfações eternas que estamos sempre a culpar
o outro, o sistema, os políticos, o companheiro, o filho, a instituição religiosa
e por aí vai, porque na maioria das vezes reclamamos, falamos mal, apontamos o
dedo, mas não saímos da dita “zona de conforto”, se não temos essa coragem,
também não criemos expectativa esperando sempre que o outro que a nosso ver é o
culpado seja sempre o primeiro a tomar atitudes, penso que já está ou passou da
hora de quebrarmos as muletas e começar a caminhar sozinhos e se cair, levantar
e reformular a metodologia, deixar de ter o outro como o “Bode Expiatório” das
nossas covardias e dos nossos fracassos.
Cida Ribeiro
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