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sábado, 10 de dezembro de 2011
A HORA DE CLARICE LISPECTOR
E EIS
E eis que em breve nos separaremo
E a verdade espantada é que eu sempre estive só de ti e não sabi
Eu agora sei, eu sou s
Eu e minha liberdade que não sei usa
Mas, eu assumo a minha solidã
Sou só, e tenho que viver uma certa glória íntima e silencios
Guardo teu nome em segredo
Preciso de segredos para vive
E eis que depois de uma tarde de quem sou eu
E de acordar a uma hora da madrugada em desespero
Eis que as três horas da madrugada, acordei e me encontrei
Fui ao encontro de mim, calma, alegre, plenitude sem fulminação
Simplesmente eu sou eu, e você é você
É lindo, é vasto, vai durar
Eu não sei muito bem o que vou fazer em seguida
Mas, por enquanto, olha pra mim e me ama
Não, tu olhas pra ti e te amas
É o que está certo
Eu sou antes, eu sou quase, eu sou nunca
E tudo isso ganhei ao deixar de te amar
Escuta! Eu te deixo ser… Deixa-me ser!
Depois de Carlos Drummond de Andrade, homenageado em outubro com o Dia D, que por sua vez foi inspirado pelo Bloomsday e seus eventos anuais e internacionais de celebração ao escritor irlandês James Joyce, agora é a vez de Clarice Lispector ganhar um dia só para ela.
A ideia não é exatamente inédita, mas queríamos ter um dia em que Clarice fosse lembrada”, conta o editor Paulo Rocco. Há mais de uma década, sua editora vem cuidado da obra da ucraniana que, com 2 anos, se mudou para o Brasil com os pais.
fonte : Folha de São Paulo
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