Que imobiliza todo o meu ser
Que corrói aos poucos m'alma
Há uma expressão guardada em mim
Que alimenta minha dor
E vitimiza minha solidão
Há passos guardados em mim
Que por pouco não se perderam
Por falta de caminhos
Há em mim, tardes sem poentes
Manhãs sem nascentes
Luas sem céu
Há em mim olhos que não fingem
alimento que não sacia
Grito que silencia
Há em mim, crianças famintas
sonos sem sonhos
Jovens sem planos
Há em mim uma pátria madrasta
um hino sem melodia
um país sem poesia
Há em mim, um rio que sangra
Há secas e enchentes
uma fé ardente
Que dorme e acorda
Mas não sai de mim.
Maria Ribeiro
espetacular esse seu poema. Um impacto! Um espanto! Um convite! Ou simplesmente: um silêncio contemplativo de tão belas palavras em harmonia.
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